A experiência coletiva de viver uma pandemia deixou sequelas profundas nas dinâmicas sociais e ocupacionais dos seres humanos. A ruptura com o que a sociedade conhecia como normal e cômodo trouxe novas reflexões e mudanças. Mesmo que o trauma gerado durante esse período tenha trazido adversidades em alguns aspectos, em outros, a vivência de algo tão impactante para a vida de todos transformou o olhar das pessoas.

Falar de pandemia é falar de saúde, seja ela física ou mental, e esse foi um dos principais pontos de diálogo gerados pela experiência pandêmica. Todos foram obrigados a encarar a si e os seus entornos sob uma nova perspectiva, repensando, principalmente, sobre o valor do tempo. Colocar a prova a própria vida fez com que mudanças de hábito fossem necessárias e desejadas, a população começou um movimento que vive até hoje e tende a perdurar, colocar um pé no freio e desacelerar o ritmo da própria vida.

Em tempos modernos, os avanços industriais e a eminência de novas transformações tecnológicas colocam as dinâmicas humanas a prova, exigindo um ritmo e uma velocidade de resposta inumanos, o que coloca a população em uma posição de exaustão física e mental difícil de ser administrada. O botão de pausa acionado pela emergência global fez com que todos olhassem para essa rotina com olhos críticos, percebendo os impactos gerados no presente e aqueles que ainda estariam por vir.

 

 

Diante da percepção coletiva de exaustão, as gerações mais novas, lideradas pelos Millennials e a Geração Z, iniciaram um movimento pelo próprio bem-estar. Preocupados com a saúde e o aumento dos índices de doenças infectocontagiosas e o acréscimo das taxas de doenças crônicas, a população encontrou inspiração em esportes que recompensam a habilidade, a agilidade e a diversão, em vez de se concentrarem apenas no tamanho do corpo ou na estética atrelada. Nesse momento, a ideia é promover a alegria e a diversão como os principais propulsores do esporte, utilizando-o como o meio para o fim, ou seja, construindo uma vida longa e de qualidade por meio de uma rotina equilibrada.

Com isso, as tendências de consumo apontam um crescimento significativo para os setores de autocuidado e bem-estar, interligando as novas diretrizes estipuladas pelos consumidores e o aumento no volume de interações virtuais com grandes eventos desportivos, como o Campeonato Europeu de Futebol da UEFA deste ano até as Olimpíadas e Paralimpíadas de Paris, as notícias esportivas e os atletas se tornaram um forte ponto focal em todas as plataformas de mídia. Pessoas de todas a gerações estão se envolvendo com esportes tanto off-line, quanto on-line, seja transmitindo os jogos de futebol do seu time do coração, jogando videogames esportivos ou integrando-se em novos esportes.

Essas mudanças geram movimentações econômicas em muitos setores, no setor têxtil e vestuário é possível observar o aumento da procura e oferta de produtos fitness, que não só contribuem para a melhor desempenho do consumidor, como contribuem na construção de um novo estilo de vida. Nesse contexto, o consumidor tende a comportar-se como grande divulgador de uma marca e produto, compartilhando

com a sua rede suas aventuras no esporte e ao mesmo tempo promovendo um marketing orgânico.

Esse comportamento, quase intrínseco à geração de jovens atuais, não só estabelece uma relação mais próxima com o consumidor, como estipula uma aura própria para uma marca. Contribuindo para a construção de um imaginário ligado aos laços afetivos entre a marca e o consumidor, aproximando o ideal da marca e o estilo de vida do cliente.

 

 

 

Estabelecer esses laços com um consumidor propícia a testagem de novas iniciativas de marketing, além de contribuir com a construção de uma comunidade envolvida com o esporte e o bem-estar via uma marca de moda, utilizando-a como um ponto de intercessão entre as necessidades e os anseios do consumidor e do possível comprador.

Uma boa maneira de estabelecer esse ambiente de marketing é promovendo a criação e a divulgação de campanhas alinhadas com as expectativas desse consumidor real, que busca no esporte um bálsamo para os problemas mundanos, mas não pretende se distanciar da realidade cotidiana.

 

 

 

Uma boa forma de estar alinhado com as novas gerações é promover os jovens atletas, equipes esportivas e talentos regionais em ascensão para cocriar conteúdo, lançar produtos esportivos e fornecer a eles uma plataforma para mostrar seus talentos e contar suas histórias. Esses esportistas de alta performance costumam carregar histórias inspiradoras de superação e resiliência, muitas vezes sedo exemplos de como o esporte pode transformar a vida de alguém.

Dar voz a essas pessoas possibilita o estreitamento dos laços criados entre consumidor e marca, além consolidar umas uma comunidade ativa e engajada, impulsionada pelas motivações geradas pela atmosfera criada e o incentivo dos atletas.

 

 

A consolidação dessa comunidade que busca transformar o esporte em uma ferramenta propulsora e acolhedora, abraçando o esporte como um ambiente terapêutico e reconfortante para todos, aproximando, também, pessoas que nunca se viram pertencentes a lugares de destaque no esporte.

Investir em campanhas publicitárias que priorizem a representação inclusiva diversificada de corpos e pessoas, colocam a marca em um lugar de grande visualização e estima com essa nova comunidade, que preza por campanhas e posicionamentos que mostrem como pessoas de diferentes origens e diferentes corpos podem ter um lugar na atividade desportiva, destacando atletas com habilidades e estilos de vida distintos.

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