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10 Aug, 2023 Moda Circular economia circular upcycling
Novos ciclos para a moda através do Upcycling

 

Projetar e criar produtos, por definição, requer o uso de recursos e materiais. Essa prática alinhada ao atual modelo linear de produção e consumo adotado pela indústria da moda, onde aceleramos o desenvolvimento de novos produtos com de ciclo de vida cada vez mais curto, vem resultando no descarte de um caminhão de lixo têxtil por segundo no mundo. No Brasil, estima-se que em 2018, houve a geração de 160 mil toneladas de resíduos têxteis, segundo dados encontrados no Relatório Setorial da Indústria Têxtil Brasileira, publicado pelo IEMI (Instituto de Estudos e Marketing Industrial), refletindo em 10% de perdas do volume total de artigos confeccionados durante o mesmo período.

Os números evidenciam a urgência em adotar modelos que reduzam os impactos e regenerem o sistema, buscando oportunidades para o setor têxtil e de confecção. As discussões sobre o tema têm se mostrado mais avançadas na comunidade europeia e refletiram na recente aprovação pelo governo francês do “Projeto de lei relacionado à luta contra o desperdício e a economia circular”, que tem como objetivo reduzir o desperdício em vários setores incluindo a moda. Os principais pontos da lei visam proibir a destruição de produtos não vendidos e implantar a adoção de uma porcentagem obrigatória de materiais reciclados em novos produtos.

Soluções vindas de diversos níveis da cadeia permitem que mudanças venham tomando escala, uma desta abordagens é a adoção do upcycling para a transformação de resíduos têxteis em novos produtos, estendendo o ciclo de vida das peças. A proposta do processo é evitar o desperdício de recursos potencialmente úteis e reduzir o consumo de materiais virgens na criação de novos produtos.

Diferente dos processos de reciclagem industrial, o upcycling minimiza o uso de energia, poluição e emissões de gases de efeito estufa durante a transformação do produto, preservando suas qualidades técnicas e aumentando sua percepção de valor. Além de oferecer uma oportunidade criativa para adoção de novas práticas destinadas ao desenvolvimento de novas roupas e negócios, como:

Melhor uso do investimento – Todo recurso adquirido é um investimento destinado a cumprir os objetivos do negócio, atualmente entre 10% e 30% dos materiais são descartados durante a etapa de corte. A otimização de uso e recuperação de estoques de matéria-prima, de produtos excedentes ou danificados permite uma redução na aquisição de novos insumos e um novo ciclo comercial para o recurso.

Inovação em processos – A adoção do upcycling estimula boas iniciativas como planejar coleções mais ágeis e resilientes, com foco no uso inteligente de recursos humanos e materiais, flexibilidade e eficiência. Integrando e provocando o desenvolvimento de toda equipe para construir metodologias criativas que identifiquem o potencial dos materiais existentes e transformem em soluções alinhadas as demandas do mercado.

Responsabilidade socioambiental – Dar início a gestão de resíduos pré e pós-consumo, reduzindo o descarte em aterros sanitários e mantendo o recurso por mais tempo no ciclo, entendendo o impacto do desperdício no negócio e no ecossistema. Promover a transparência através de diálogos em rede sobre consumo consciente, recursos, pessoas e sustentabilidade.

 

Assista a Live Coleções Resilientes aqui.

Imagens: Utopya By Cho 


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