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ADAPTANDO E INTRODUZINDO O MODELO ECONÔMICO CIRCULAR NAS EMPRESAS

Iniciar uma transição em direção a um modelo circular, é, antes de tudo, um processo de aprendizado e revisão de conceitos. Embora essa jornada seja repleta de desafios devido à complexidade dos problemas, assistimos um número crescente de empresas e gestores se inspirando em práticas voltadas para a economia circular. O interesse no processo de adaptação cresce, à medida que o alinhamento às demandas do mundo real no âmbito social e ambiental ficam mais evidentes como princípios fundamentais para que um negócio seja competitivo, atual e projetado para o futuro.

Além disso, esse movimento também tem sido influenciado e impulsionado pelos indicadores ESG (governança social, ambiental e corporativa - tradução da sigla em inglês) como critérios que auxiliam as empresas a tornarem suas condutas mais conscientes. Como foi dito na postagem As boas práticas do ESG passam pela economia circular”, foi abordado como esses indicadores têm se tornado indispensáveis para que muitos investidores globais possam avaliar os negócios a partir de uma perspectiva ampla, e que compreenda a responsabilidade social e ambiental como um ativo. Logo, é possível considerar uma exigência para que as empresas estejam integradas e alinhadas com as demandas do mercado atual.

Para realizar a transição de forma prática, é necessário um olhar atento ao próprio negócio, a fim de identificar oportunidades para promover a circularidade da empresa, para então, executar um plano de ação. Mas se considera iniciar um plano com pequenas mudanças que julgue como ações mais acessíveis, tenha em mente o conceito dos 3R’s (redução, reutilização e reciclagem) como princípio básico para adaptação e introdução de práticas que convergem em direção a uma economia circular. A estratégia de redução, por sua vez, um exercício de moderação no uso de recursos, mas que deve estar presente em todos as ações, etapas e processos que compõe a organização. É importante destacar que a empresa pode liderar e desenvolver estratégias de conscientização entre parceiros, clientes e colaboradores como parte de um processo de aprendizagem social.

Imagem 1: 3R's - redução, reutilização e reciclagem.

Já a otimização de recursos, reflete o melhor aproveitamento possível do uso a partir da reutilização, reduzindo o descarte e evitando o desperdício precocemente, ou seja, a ideia da otimização parte do argumento de que devemos extrair o potencial máximo no uso dos recursos. A reciclagem, por sua vez, é uma ferramenta de transformação baseada no “esgotamento” de possibilidades de reutilização de um material ou produto em determinado estágio, mas que viabiliza e concebe novas configurações e possibilidades para esse objeto. Contudo, a reciclagem de materiais e produtos pode sofrer muitas variações e níveis de complexidade na separação e reprocessamento, nesse caso, recomenda-se uma avaliação cuidadosa sobre os materiais considerando todo esse processo e o seu ciclo de vida.

Para um plano de ação mais arrojado, é necessário que haja, primeiramente, um diagnóstico mais assertivo, uma espécie de raio-x para avaliar os pontos mais críticos e que comprometem a circularidade da empresa. Para isso, é necessário quantificar os dados em torno do objeto de avaliação com base em métricas, que podem estar divididas em três categorias: métrica de eficiência operacional, métrica de desempenho em sustentabilidade e métrica de criação de valor circular. As duas primeiras que refletem o desempenho de recursos essenciais como água e energia e os impactos sociais e ambientais das atividades e produtos, respectivamente, costumam ser as métricas mais utilizadas pelas empresas, em detrimento da métrica de criação de valor.

Os relatórios fornecidos por essas ferramentas de gestão da informação, permitem mensurar todas as atividades e fluxos da empresa, bem como fazer acompanhamento e comparação de dados para que seja possível avaliar os processos produtivos, produtos, serviços e a comercialização, de modo que as medidas e as tomadas de decisão para empreender a economia circular sejam baseadas em dados reais. O acesso a essa metodologia pode ser feito por meio de ferramentas, como por exemplo, a Circulytics 2.0, em português e de forma gratuita mediante inscrição, que tem como objetivo auxiliar as empresas na redefinição de suas atividades para um modelo de negócio voltado para a circularidade.

Apontamos até aqui algumas diretrizes para um processo de introdução e adaptação ao modelo circular. Para auxiliar nessa tarefa, o esquema a seguir apresenta alguns questionamentos que podem revelar possíveis oportunidade para traçar um negócio circular:

 

Imagem 2: Fluxograma de diretrizes para processo de introdução e adaptação ao modelo circular.

Modelos de negócios circulares, ganham força em todo mundo, e estão posicionados no mercado como referenciais para uma economia circular. Contudo, é preciso desmistificar e desconstruir a cultura dos gastos, tendo em vista que novos modelos de negócios com aspirações sustentáveis representam custos mais elevados para muitos gestores, mas os negócios circulares também podem ser rentáveis, assim como qualquer outro, porém, com maior valor agregado e sem onerar de maneira comprometedora os recursos naturais. Pensar em desenvolvimento econômico desconectado da questão ambiental e social é uma prática em estágio de superação. A economia circular é um caminho sem volta. Mãos à obra!

 

Fontes:

  • https://cebds.org/economia-circular-analise-das-metricas-circulares/#.Yjn_WefMKM9
  • https://www.linkana.com/blog/indicadores-esg/
  • https://mittechreview.com.br/o-que-fazer-com-as-metricas-quando-da-para-medir-tudo/?utm_campaign=tr_weekreview_26022022&utm_medium=email&utm_source=RD+Station
  • https://www.circulardesignguide.com/post/circular-interventions

 

Imagens: Vlada Karpovich e RODNAE Productions no Pexels.


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