Live - Flavia Aranha
Antes de empreender, Flávia Aranha atuou como estilista na indústria convencional, neste período em uma de suas viagens de pesquisa pela Ásia, se viu diante de condições de trabalho análogas à escravidão, uma realidade que se chocava com seus valores e que promoveu um momento de reavaliação do seu papel no mercado. Na busca por alternativas que pudessem promover mudanças de práticas da indústria da moda tradicional, a estilista então fundou a marca Flavia Aranha em 2009, com o olhar para a moda sustentável, tendo como fio condutor o uso de matérias-primas naturais e tingimentos desenvolvidos a partir de ervas e plantas nativas brasileiras.
O processo de construção de uma consciência sobre o impacto positivo que a moda pode gerar está sempre presente nas ações propostas pela marca e a importância de adotar um olhar sistêmico para fomentar a transição para um modelo circular e regenerativo de produção e consumo é evidenciada através da construção relações perenes na cadeia, com apoio ao desenvolvimento econômico de todos os elos, desenhando um ecossistema em rede descentralizada de meios de produção.
Isso acontece fomentando o diálogo entre processos artesanais e industriais, o cruzamento de vários saberes promove a diversidade e a geração de renda para comunidades que se conectam através do fortalecimento de práticas como a agroecologia, agricultura familiar e extrativismo sustentável, criando sistemas econômicos estimulando a biodiversidade, a inovação escalável e gerando lucro a partir da preservação.
A preocupação com a transparência e o fomento a relações de trabalho justas, fica evidente no trabalho da empresa, a partir da construção de uma rede de empreendedores sociais e o emprego metodologias para o empoderamento de costureiras e artesãs, a fim de promover a valorização do trabalho e capacitação para a geração da autonomia dos fornecedores. Esta iniciativa é desenvolvida junto a vários parceiros que compõem essa “Teia”, como o Instituto Alinha, que apoia a empreendedores e oficinas de costura na regulamentação dos seus negócios e garantindo uma relação transparente para a contratação, precificação e prazos de produção justos. E o Instituto Ecotece, que desenvolve um trabalho junto aos artesãos na estruturação e fortalecimento de uma moda mais ética, limpa e inclusiva.
Reflexões sobre como nos relacionamos com a moda, com o meio ambiente, com as pessoas e como isso nos torna responsáveis por nossas escolhas, permeiam o dia a dia de quem trabalha na indústria da moda e levanta questões sobre como podemos fazer uma moda mais justa e sustentável.
No dia 30/07 às 16h, o SENAI CETIQT apoiado pela Laudes Foundation convidou a estilista Flavia Aranha para uma conversa sobre como a moda pode ser ferramenta de transformação para um sistema de produção e consumo mais justo e sustentável. Durante a Live a estilista apresentou os pilares de sua marca, exemplificando como é possível fomentar e exercitar a circularidade em cada elo da cadeia de moda através da criação de um ecossistema regenerativo na prática.
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