MÁSCARAS : A NOVA CATEGORIA DO MIX DE PRODUTOS DE MODA
O uso de máscaras faciais se espalhou em certas partes da Ásia após o surto de SARS em 2003, como um sinal coletivo de responsabilidade social ou solidariedade, se tornando um hábito nas estações de gripe e algumas vezes para proteger contra a poluição. A COVID-19 é uma doença nova e estamos aprendendo coisas novas sobre ela todos os dias. Dentre os novos hábitos de proteção e segurança está o uso das chamadas máscaras sociais (autorizadas pela OMS), novo acessório que provavelmente continuaremos a usar por um bom tempo seguindo os protocolos de segurança e evitar o risco de contaminação até que a pandemia esteja sob controle.
Especialistas em linguagem corporal, dizem que o uso das máscaras combinados ao distanciamento mínimo de 1,5m entre pessoas, podem dificultar nossas interações e gerar até mal-entendidos, uma vez que algumas expressões e dicas visuais, só são entendidas com a visualização completa do rosto.
Logo no início da pandemia, num grande movimento humanitário, grandes e pequenas indústrias de moda, conseguiram dinamizar rapidamente suas cadeias e estoques para produzir máscaras hospitalares como EPIs (sujeitas à normas). Mas, à medida que as máscaras sociais de tecido (algodão), que protegem mas não funcionam como EPI, passaram a se tornar o mais novo acessório essencial, com a anuência da OMS, visando proteger o máximo de pessoas possíveis, muitas marcas de moda, de luxo até populares, pequenas marcas e designers locais (usando tecidos restantes ou retrabalhando com o estoque existente), encontraram nesse nicho uma oportunidade para compensar, com responsabilidade, os impactos financeiros e proporcionar um fluxo de renda, enquanto a demanda por roupas caía para o nível mais baixo de todos os tempos e já que, todo mundo literalmente, queria o mesmo produto.
Assim as marcas, também exercendo a função social da moda, começaram a disponibilizar mascaras para seus públicos com o objetivo de melhorar o nosso humor, nosso dia, nossa autoestima, mostrando mais uma vez, que estamos todos juntos nessa.
Máscara de flecha da Off-White (US $ 95)
Segundo a revista Forbes, os consumidores começaram a pautar suas escolhas como expressão de suas identidades comprando da mesma maneira que comprariam qualquer outro acessório de moda. Este novo integrante do mix de produtos, cujos preços podem chegar até 200 dólares no mercado internacional, passou a ser oferecido de acordo com as mesmas tendências de qualquer outro produto de moda, sempre de acordo com os protocolos de segurança recomendados: as máscaras precisam ter mais de 1 camada de tecido, ser ajustadas ao rosto cobrindo completamente a boca e o nariz, e precisa ser trocada a cada 2 ou 3 horas, conforme o uso. (acesse informações técnicas sobre a confecção de máscaras de tecido, clicando aqui)
Outras marcas se engajaram em causas sociais por meio de doações de máscaras para a população carente, como a MaskClub criada em meio a pandemia com a missão inicial de ajudar um hospital local na cidade de Detroit e que, posteriormente, começou a produzir suas próprias máscaras, no qual para cada unidade vendida outra é doada para pessoas que atuam na linha de frente do combate ao Covid-19 e suas famílias.
A Stay Safe Amsterdam, também é uma iniciativa da marca holandesa ELM-PT e da artista floral Hariatie Eleveld que, em um estúdio doméstico em Amsterdã, organizaram uma pequena oficina de produção para oferecer uma alternativa elegante às máscaras faciais não cirúrgicas feitas impressão Batik cujo objetivo é de ajudar a proteger comunidades pobres da Indonésia contra a contaminação.
Em abril, o total de vendas do novo item fashion, quase dobrou na plataforma Etsy, em parte, devido às vendas de máscaras faciais, chegando a atingir a soma aproximada de US $ 133 milhões levando à conclusão que, se fossem um segmento, as máscaras seriam a segunda maior categoria do site em termos de vendas.
É uma nova frente que se abre, mas que deve ser trabalhada e comercializada considerando critérios justos, solidários, responsáveis e de transparência de propósito da marca, para não transformar uma conveniência em oportunismo. É preciso encontrar o delicado equilíbrio de criar produtos que os clientes desejam, sem correr o risco de ser acusado de insensibilidade ou de lucrar com uma crise tão grave.