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25 jun, 2024 Moda / Design indústria têxtil e de confecção
Renda Irlandesa: tradição, boniteza e independência em cada ponto

 

 

... Mãos que tecem. Mãos que rezam. Dedos que se entrelaçam na criação no encanto de rendar.

- Rendas e rendeiras: ofício de encantar, de Aglaé D´Ávila Fontes de Alencar.

 

 

A Renda Irlandesa, introduzida no Brasil no século XIX por missionárias europeias, é uma das formas mais sofisticadas de artesanato. No Nordeste, especialmente em Sergipe, essa técnica floresceu, destacando-se no município de Divina Pastora. As rendeiras locais dedicam semanas ou meses para criar uma peça, utilizando materiais como linha, papel craft ou seda, e o cordão de seda chamado Lacê. A Renda Irlandesa de Divina Pastora é conhecida por sua delicadeza e complexidade.

 

Foto: Caio Rodrigues/Setur

 

Essa prática não só gera renda para as mulheres locais, mas também preserva um importante elemento cultural e histórico da região. Tornou-se um símbolo de identidade e resistência cultural, transmitido através das gerações.

 

Foto: Raquel Rezende

 

Em 2009, a Renda Irlandesa foi registrada como Patrimônio Cultural do Brasil pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e, em 2012, recebeu a Indicação Geográfica (IG) na modalidade Indicação de Procedência (IP) pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). Esses reconhecimentos valorizam o trabalho das rendeiras e promovem a continuidade dessa tradição.

 

Fotos: ASDEREN e Raquel Rezende

 

A renda de Divina Pastora é mais do que artesanato; é uma manifestação de dedicação e talento, proporcionando autonomia às mulheres sergipanas. Cada peça celebra a habilidade artesanal e a história, destacando a importância do trabalho manual em contraste com a produção em massa. Adquirir uma peça de Renda Irlandesa significa investir em beleza, qualidade e ancestralidade, além de apoiar diretamente as famílias que dependem desse ofício.

 

Fotos: ASDRIN e ASDEREN


A Renda Irlandesa é um testemunho da capacidade de reinvenção das mulheres sergipanas. Mostra como o artesanato pode ser uma ferramenta poderosa de emancipação e preservação cultural, unindo passado e presente, e fortalecendo a economia social de Sergipe.

 

Arraiá do Povo 2024 / Foto: Arthuro Paganini

 

Foto de capa: Richard Mayer


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