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10 ago, 2023 Moda / Design comportamento mercado
SENAI CETIQT / ABIT: ENQUETE SOBRE COMPORTAMENTO DE CONSUMO NO BRASIL PÓS COVID-19

Ficar por dentro das novidades e das tendências de comportamento do consumidor é uma maneira de se destacar no mercado e atender às suas necessidades.

Pensando em estudar o comportamento do consumidor brasileiro no que se refere a como ele tem comprado ou pensa em comprar artigos do vestuário e têxteis para o lar, a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (ABIT) e o SENAI CETIQT realizaram uma enquete durante o período de 28/04 a 28/05/2020, com a participação de 136 pessoas de todo o Brasil, que responderam a um questionário via web.

As pessoas que se propuseram a responder o questionário anonimamente, têm o seguinte perfil:

  • 67% se consideram do gênero feminino e 33% masculino,
  • 32% tem idade entre 30 e 39 anos, 26% entre 40 e 49 anos, 22% entre 50 e 59 anos, 12% entre 20 e 29 anos e 7% entre 60 e 69 anos
  • 49% são casados, 29% solteiros, 12% tem união estável e 9% são divorciados
  • 40% dos entrevistados têm pós-graduação/MBA e 23% têm ensino superior, 20% são mestres ou doutores e apenas 15% não completaram uma graduação.
  • 79% dos entrevistados moram no eixo sul/sudeste (45% do Rio de Janeiro, 11% de São Paulo, 9% de Santa Catarina e 8% de Minas Gerais)
  • 21% ganham entre R$ 12.501,00 a R$ 20.500,00, 21% entre R$ 4.501,00 a R$ 6.500,00, 15% entre R$ 2.501,00 a R$ 4.500,00 e 13% entre R$ 6.501,00 a R$ 8.500,00
  • 34% moram com cônjuge e filho(s), 25% só com cônjuge, 15% sozinhos e 13% com os pais
  • 47% saem de vez em quando, mas 29% deles amam sair, enquanto os outros 26% são caseiros
  • 36% dos entrevistados estão focados em se manter ativos, trabalhando corpo e mente. 30% está focado na carreia, estudando e trabalhando e 25% está focado na família

Quando questionados sobre suas prioridades de compra, 34% deles, colocaram móveis como o item que compram menos, seguido de roupas de cama, que é a última coisa que 22% dos respondentes gostam de comprar. 60% deles elegeram alimentos e bebidas como item mais comprado, seguido de roupas pessoais, que ficou na preferência de 27% dos entrevistados.

Em sua maioria (34%), quando se fala de ir a lojas físicas, as pessoas vinham comprado roupas trimestralmente, podemos assim entender que compravam de acordo com a estação, sendo que 31% gostavam mesmo é de comprar peças do vestuário todo mês.

Já as roupas de cama dividem a opinião dos entrevistados, 30% deles compravam menos de 1 vez ao ano e 30% compram 1 vez ao ano. Apenas 23% compram 2 vezes ao ano e 13% 4 vezes ao ano.

Se formos falar de prioridades de compras on line, único meio de aquisição de produtos não essenciais em tempos de isolamento social, 27% compram mais alimentos e bebidas, apesar dos mercados estarem abertos, e 27% compram mais livros, que acredito que seja um hábito comum, mesmo antes da pandemia. Já roupas pessoais são a última prioridade de compra on line para 43% dos entrevistados e para 40% deles esse lugar é dos acessórios como: bijuterias/joias, chapéus e óculos, um alerta para a indústria da moda, que já precisava se reinventar desde antes da necessidade do isolamento social.

Praticamente metade dos entrevistados nunca compram roupa on line, seja para uso pessoal ou para casa, dificultando a manutenção desse tipo de negócio em longos períodos de lockdown (em tradução livre, bloqueio total). Daqueles que compram através de aplicativos, sites de e-commerce ou canais digitais, 64% ainda optam prioritariamente pela entrega por frete.

Durante o período de quarentena, 58% das pessoas que responderam à enquete estão priorizando a compra de alimentos e bebidas, seguido de 18% de pessoas que estão comprando móveis. O mercado de mobiliário pode ter sido impulsionado pelo tempo que estamos passando em casa, já que esse item ocupa o último lugar em prioridade de compras quando se trata de lojas físicas. Em contrapartida, o mercado de acessórios (bijuterias/joias, chapéus e óculos), passa a ocupar o último lugar em prioridade de compra de 59% dos entrevistados, seguido de utensílios domésticos e roupas de cama que empatam com 57% de não prioridade nesse momento.

78% da nossa amostra não está comprando nada durante o isolamento e 15% está aproveitando as promoções; apenas 6% está comprando peças para serem usadas em casa (pijamas, loungewear e comfy) e 2,2% ainda se preocupam em questões sustentáveis. Questões essas que precisam ser revistas mesmo antes da corona vírus.

Como a promoção dos produtos ainda gera compra, o preço ocupa o 1º lugar como influenciador da compra de roupas no geral pela opinião de 37% dos entrevistados. O conforto disputa o primeiro lugar como requisito prioritário da compra para 33%, mostrando mais uma vez que a trend comfy (em tradução livre, tendência confortável) tem ainda mercado, mesmo após fim da pandemia. Mais de 50% não são influenciados por redes sociais e mais de 30% não são influenciados por marcas.

Com o fim do isolamento social, 49% dos entrevistados vão continuar priorizando a compra de alimentos e bebidas, roupas pessoais vão ocupar o 1º lugar para 15%, porém, algumas dessas pessoas podem ter o que a GlobalData chama de "consumo de vingança" – o termo que se refere ao consumo compulsivo, após a liberação repentina do confinamento daqueles que estão dispostos e aptos a gastar. Acessórios (60%) e móveis (47%) voltam a ser as últimas opções de compra para esses entrevistados.

Quando perguntados sobre como acreditam que vão consumir roupas em geral depois de decretado o fim do isolamento social, 39% dos respondentes da enquete acreditam que voltam a comprar como antes da pandemia, porém o mesmo número de pessoas acredita que não vão comprar nada até 3 meses e 21% ainda estarão focados em promoções.

Pós isolamento, 54% ainda elegem o preço como primeiro fator que influencia a compra, disputando com 46% dos que prezam pelo conforto. Sendo que para 34% dos entrevistados, redes sociais ainda vão ocupar o último lugar como influência de compra e para 37% deles, experiências como simuladores, hologramas, personalização de produtos e outros não irão atraí-los caso as lojas físicas adotem esses recursos após a abertura do comércio em geral.

Os entrevistados acreditam que continuarão consumindo roupas pessoais aproximadamente com a mesma frequência de antes da pandemia, ou seja, em sua maioria, vão consumir trimestralmente. Porém, aqueles que compravam de 1 a 3 vezes no mês dão espaço para os que compram semestralmente. Já para as roupas de cama, mesa e banho, a frequência de compra será a mesma de antes do Covid-19.

Apesar de dizerem ao longo da enquete que suas compras não são influenciadas por redes sociais, quase 60% dos entrevistados afirmam que acompanham moda por esses canais. Apenas 23% são influenciados por vitrines e 7% por outras pessoas (amigos, blogueiros e celebridades).


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