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AS BOAS PRÁTICAS DO ESG PASSAM PELA ECONOMIA CIRCULAR

De acordo com o Google Analytics, em agosto, o termo ESG atingiu número recorde de buscas na internet. A análise, que considera os últimos 5 anos, mostra que o interesse pelo tema vem ganhando uma notável ascensão, ainda que, não seja um assunto novo. Esse aumento de interesse pode ser justificado pelo fato de as empresas perceberem que a sustentabilidade precisa ser o eixo de suas estratégias de negócio. Não se trata mais de uma questão de escolha, o desafio da sustentabilidade está posto e claro, e as empresas que não estão caminhando nessa direção estarão sob risco. Mas, você sabe o que significa a sigla ESG?

Do inglês Environmental, Social and Governance, ESG se reporta, de uma forma geral, a um conjunto de padrões e boas práticas ambientais, sociais e de governança – principais fatores que medem o índice de sustentabilidade e impacto social de uma empresa – e como essas práticas são percebidas pelos consumidores, pela sociedade e pelos investidores. Nesse sentido, a transparência dos processos torna-se fundamental. As empresas precisam informar tudo o que acontece ao longo da sua cadeia de valor, desde o desenvolvimento do produto – origem da matéria-prima, design, produção e distribuição –, até as atividades de venda, campanhas publicitárias etc.

Há uma profunda distância entre o que as empresas fazem e o que elas dizem que fazem, e, mais ainda, sobre o que dizem pretender fazer, e as ações para alcançar tal propósito. Como ainda não existem regras que determinem, com clareza, os atributos necessários para considerar um produto sustentável, essa circunstância abre espaço para a disseminação da greenwashing, reduzindo a pauta da sustentabilidade a uma oportunidade de promoção do negócio.

A incorporação dos aspectos sociais e ambientais aos procedimentos e práticas de governança têm alcançado, progressivamente, mais importância nas empresas à medida que se tem um novo entendimento sobre sustentabilidade, e esta passa a ser considerada uma questão de gestão estratégica.

A pauta ESG começou nas grandes empresas, mas não se limita a elas. É considerada uma ferramenta para melhoria dos processos e para a construção de uma cadeia de valor sustentável, através de uma visão sistêmica e integrada de todos os elos, e entre os diferentes atores envolvidos. Os pilares Ambiental, Social e de Governança, são utilizados como critérios para entender se a empresa possui um conjunto de práticas voltados para o desenvolvimento sustentável, expandindo a interpretação de análise do negócio para além das métricas financeiras.

O critério Ambiental inclui exigências como a gestão de resíduos, políticas de desmatamento, uso de fontes de energia renováveis, posicionamento com relação à crise climática, processos que reduzam ou eliminem a poluição da água e a emissão de gases poluentes, a logística reversa de produtos, rede de fornecedores com Fair Trade, ou que utilizem matéria-prima biodegradável e/ou renováveis etc.

 

Imagem 1: Ambiental – A gestão de resíduos é um dos pontos analisados no aspecto ambiental do ESG.

Quando se fala do critério Social do ESG muitas questões precisam ser consideradas e todas elas têm como ponto focal o bem-estar dos funcionários. Entre os pontos analisados estão a verificação da existência de plano de previdência para os contratados; do nível de participação dos funcionários na gestão da empresa; de pagamento de salários justos e de outros benefícios; da existência de programas de qualificação; treinamento e desenvolvimento de talentos; de políticas de diversidade e inclusão entre outras coisas. Ainda no eixo Social, é importante avaliar a relação com os fornecedores garantido que não há trabalho infantil ou em condições análogas a escravização e uso matéria-prima proveniente de áreas irregulares.

O aspecto da Governança evidencia como a empresa é administrada pelos gestores. Deste modo, o ESG busca entender se a gestão executiva e o conselho administrativo respondem aos interesses das diferentes partes interessadas da empresa, ou seja, dos funcionários, membros do quadro societário e clientes. Para além, questões como a transparência financeira e contábil; produção de relatórios íntegros; gestão de riscos; independência, equidade e diversidade nas decisões do conselho; também estão atreladas à governança e são incluídas na avaliação.

 

Imagem 2: Governança - Transparência financeira e contábil, produção de relatórios íntegros, gestão de riscos etc.

De acordo com um levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado em julho de 2020, a maioria das empresas brasileiras que investem em sustentabilidade – 59,4% – têm como objetivo principal, e às vezes único, melhorar a imagem institucional. Entretanto, manter uma operação ambiental e socialmente responsável deixou de ser diferencial e tornou-se mandatório. Esta é a década da regeneração e 2021 é o Turn point. É imperativo que as empresas repensem suas formas de operar e tenham oportunidade de se transformar.

Mas, por onde começar? Comece quantificando o que a sua empresa está fazendo, organizando, medindo e comunicando os dados. Outro ponto chave é estabelecer metas mensuráveis, com foco na melhoria contínua. A avaliação do conjunto de práticas ambientais, sociais e de governança proposta pelo ESG, contribui para acelerar a agenda da circularidade, tendo em vista que os objetivos se convergem e se complementam.

Os negócios devem está atrelados a um propósito, e o propósito deve ser projetar mudanças que façam a diferença.

O desafio está dado e é preciso captar as oportunidades que surgem desse contexto. E fora das campanhas de marketing, a quantas anda a sustentabilidade na sua empresa?

 

Imagens: EKATERINA BOLOVTSOVA; Rachel Claire; fuxels no Pexels.


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