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10 ago, 2023 Moda / Design tecnologia moda tendencias
ATACADISTAS E FORNECEDORES: Apresentação de Coleções em Showrooms Digitais

 

A indústria da moda tem sido pressionada a se adaptar à era digital há algum tempo. Num cenário cauteloso e responsável de lowtouch economy (em inglês, economia de baixo toque) como consequência pandemia do COVID-19, o aspecto físico da experiência de compra ainda pode permanecer restrito por tempo indeterminado.

Enquanto todo mundo está falando sobre o aumento da experiência de compra dos clientes no nível B2C(direto com o consumidor), uma experiência de compra específica não deve ser desprezada: a dos clientes B2B, ou seja, atacadistas e varejistas. Em vias de regra  é sabido que os atacadistas nunca ou pouco tiveram contato direto com seus clientes finais e estão acostumados a delegar tal tarefa para seus representantes. Atentas às restrições impostas pelo momento  marcas e fornecedores entenderam como uma oportunidade a migração de seus negócios para plataformas on-line adotando soluções que facilitam o processo de venda por atacado. No cenário atual tornou-se uma tarefa imprescindível, para atacadistas e fornecedores do varejo, encontrar alternativas e desenvolver novos métodos que possam encantar compradores inseguros e sob pressão substituindo, mesmo que temporariamente, as tradicionais apresentações de novas coleções em showrooms físicos e nas tradicionais convenções de vendas por novos formatos digitais.

SHOWROOMS DIGITAIS

A atual pandemia do COVID-19 pode ter criado as circunstâncias ideais para um tão esperado impulso de inovação abrindo caminho para  oportunidades também para que negócios de atacado se tornem mais eficientes e ágeis, estreitem os relacionamentos com os parceiros de varejo e reduzam a necessidade de produção e envio de mostruários. Nesse sentido, os showrooms digitais, embora não sejam uma grande novidade, apresentam  vantagens que merecem ser destacadas.

Consistência da marca e agilidade

É comum acontecer de algumas peças serem apresentadas de uma maneira que diferem do produto final real: “temos várias outras cores, mas o mostruário foi feito na cor verde”; “a gola deste produto foi feita em renda, mas também pode ser feita no próprio tecido”. Estes são exemplos que podem frustrar a expectativa de um comprador. Já a entrega digital facilita para os dois lados uma vez que o próprio cliente pode, automaticamente, realizar as alterações de material, cor etc. que estão disponíveis, reduzindo o tempo de atendimento e aumento da capacidade de resposta do fornecedor.

Capilaridade

O acesso instantâneo a recursos ou canais que estejam disponíveis a qualquer hora do dia, neutralizam fatores como falta de tempo, custos de deslocamento e de divulgação que podem resultar em uma maior visibilidade da empresa, gerando resultados positivos como ampliação de mercado, melhoria dos níveis de desempenho dos serviços até para as marcas menores que tem dificuldade de acesso aos grandes varejistas. 

Redução de custos e de estoques intermediários

Os custos de produção de mostruário, antecipação da produção antes da confirmação de pedidos e sobras de materiais ou produtos são fatores que também podem ser mitigados por meio do showrooming digital uma vez que permite aos varejistas fazerem suas escolhas em tempo real apoiados por uma assistência especializada, reduzindo o tempo de processamento dos pedidos para validação da quantidade a ser produzida, além de facilitar a renovação de pedidos normalmente condicionada à uma visita de um representante.

Seja qual for o caminho escolhido, as soluções digitais devem ser usadas pelas marcas de moda como meio de conversão em uma força positiva e de inovação.

Um dos aspectos mais discutidos é nessa estratégia é a limitação da capacidade de sentir, tocar e talvez até experimentar roupas ou ainda, nem todo comprador pode se sentir à vontade para lidar com negócios on-line.  Pensando nisso, algumas marcas tem recorrido à criatividade para criar uma experiência que combine os melhores aspectos dos dois mundos. A seguir, analisamos algumas dessas práticas de showrooming que surgiram recentemente e que podem inspirá-lo a encontrar a sua fórmula de uma maneira simples, acessível e integrada aos valores que estão no coração do DNA da marca e do seu público.

  • A marca LOEWE apresentou sua coleção a coleção masculina da primavera de 2021 através de um formato muito simples e nada convencional. O designer da marca Jonathan Anderson criou uma forma de apresentação que consiste  numa caixa, enviada a compardores, contendo 12 diferentes etapas da coleção e que permite percorrer as inspirações, silhuetas, materiais, conhecer a equipe da Loewe e ainda inclui uma trilha sonora. A experiência termina com um convite para participar de uma maratona de 24 horas de conteúdo sobre a coleção ,no Instagram e no site da marca (12 de julho), atendendo a compradores dos mais diferentes fusos.

  • Rupert Sanderson, marca de calçados britânica, aderiu rapidamente a uma estratégia digital. Optaram por enviar folhas avulsas com o detalhamento das linhas de produtos, apresentadas em fotos das peças nos pés das modelos para mostrar a forma e o ajuste de seus calçados para o outono de 2020, além de disponiblilizar amostras físicas dos materiais para ajudar os varejistas a sentirem o produto.

  • A Cotton Heritage (Califórnia), desenvolveu um novo procedimento de reunião para varejistas e empresas que podem não querer participar de uma reunião ao vivo, iniciado na primeira semana de julho. Com esse novo protocolo, a equipe incentiva os compradores a agendar uma reunião com um representante da marca num aplicativo. Após a confirmação da reunião, os compradores conversam com um representante da Cotton Heritage por meio da plataforma de videoconferência Zoom. A primeira reunião, que dura cerca de 15 minutos visa conhecer o cliente e suas necessidades específicas e identificar quais categorias interessam ao comprador. Em seguida, com os produtos já escolhidos, a Cotton Heritage envia amostras ao comprador e agenda uma reunião mais longa para atender a quaisquer necessidades adicionais e fazer uma apresentação completa de suas ofertas.

Uma outra opção, num nível mais avançado, é apresentar os produtos em ambientes 3D.

O grupo OTB, que inclui as marcas Diesel, Margiela, Marni e Viktor e Rolf, lançou o que está chamando de um showroom de vendas virtual “hiper-real” para vender suas coleções primavera / verão 2021. A proposta é de acelerar a transição para opções digitais devido à pandemia, levando os compradores a uma jornada sensorial pelos espaços virtuais durante as sessões de compra remota e ao vivo.

  • No HYPEROOM da marca Diesel todas as roupas e acessórios foram renderizados e apresentados em displays com visão de 360 ​​graus. Closes detalhados com descrições de produtos também estão disponíveis e, um outro recurso permitirá reproduzir o toque e a sensação dos produtos físicos. Para finalizar um pedido, existe uma interface fácil de usar que fornecerá ao comprador uma visão geral de suas seleções. Durante esta viagem virtual, um fornecedor DIESEL estará conectado diretamente ao comprador, conversando sobre a coleção e orientando todo o processo. Com essa nova plataforma de compras, a DIESEL reduzirá significativamente o número de amostras de roupas criadas para exibição em showrooms, além de reduzir a necessidade de viajar para visualizar novas coleções.

Entre conveniência e engajamento, um número crescente de empresas está experimentando esse novo formato e quem sabe, no futuro, talvez já não seja mais possível distinguir a experiência virtual da realidade. Enquanto isso,caso não tenha ainda adotado uma alternativa digital,  comece a fazer uma pesquisa sobre as plataformas que já estão disponíveis aqui no Brasil e imagine, em quais dimensões você poderia simplificar o processo de apresentação de produtos e de realização de pedidos, para melhorar a experiência de seus clientes de varejo e quem sabe, aumentar sua participação no mercado.


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