COLEÇÕES RESILIENTES: CRIAÇÃO ENXUTA E MAIS PRÓXIMA À DEMANDA (PARTE 2/3)
Fabricação sob demanda ou mais próxima à demanda?
Conscientes da incapacidade de resolver problemas de estoque e descontos a curto prazo, as marcas estão repensando uma mudança estrutural a longo prazo, oferecendo aos clientes uma variedade de modelos e avançando na produção somente quando eles vêem o compromisso de comprar. Outras tem optado por reduzir de 4 para 2 coleções/ano, acompanhadas de testes pela comunidade - como resultado, a marca estará produzindo "muito menos roupas".
Especialistas do setor acreditam que a fabricação rápida e sob demanda, característica essencial das confecções 4.0, será uma parte importante do próximo normal da moda. A fabricação sob demanda, exige um investimento muito maior em ferramentas de análises avançadas, automação e outras tecnologias (IOT, p.ex). Não há estoque, desperdício de tecido e armazenamento, o produto só é feito depois que a venda é reservada e ele pode ser enviado em questão de dias. No entanto, essa opção ainda é pouco acessível, principalmente quando analisamos o perfil do mercado de moda brasileiro no qual prevalecem as micro e pequenas empresas.
Tecnologia empregada pela empresa Accenture, que desenvolve produtos virtualmente, para customização pelo
consumido. Os produtos só são produzidos de acordo com a demanda.
Com base no padrão de mudanças, as marcas de vestuário de massa devem começar a avançar em direção a
uma cadeia de valor focada e mais próxima da demanda. Uma solução mais tangível à realidade empresarial
brasileira, em sua grande maioria, e o primeiro grande passo para a adoção gradual da inovação.Consiste em
planejar uma coleção, segmentada em sistemas menores, de acordo com os diferentes ciclos de consumo e
de demanda. Cada minissistema (coleção cápsula ou minicoleção) só é lançada de acordo com as demandas
reais, considerando os níveis de estoque e de orçamento. Os impactos positivos resultantes desse sistema
são: aumento da produtividade (cerca de 70%), a assertividade do mix de produtos e da capacidade de
resposta à demanda, impactando na diminuição da remarcação de mercadorias e na redução de custos com
compras de matérias-primas, entre tantos outros.
Fabricação enxuta, resiliente e próxima à demanda: recursos e estratégias
Independente do seu segmento de atuação, no novo cenário, é preciso revisar os processos de forma a oferecer suporte a negócios mais dinâmicos que possam ser ajustados rapidamente. É bom criar uma cultura orientado por dados, ágil e substancialmente mais enxuta. Tendo como base o Projeto Piloto Coleção Ágil, uma demanda do SENAI Departamento Nacional, desenvolvido pela equipe de Consultoria em Moda do Senai CETIQT e ministrado em 30 empresas nos estados de GO, MS, PB, PE e RJ em parceria, respectivamente com os Departamentos Regionais do SENAI e cujos resultados superaram as expectativas, revisamos e atualizamos o conteúdo de acordo com momento atual, resumindo algumas práticas que podem ajudar sua empresa a se ajustar, adaptar, recuperar e seguir em frente.
As dificuldades são as mesmas para todos já que a indústria da moda, incluindo serviços e varejo, foi afetada a
nível global. Certamente alguns desafios mais complexos não serão resolvidos da noite para o dia, nem os
danos econômicos.
Vale ressaltar que “um tamanho só não serve para todo o mundo”, mas é fato que para marcas de vestuário e
varejistas que desejam avançar, é hora de fazer mudanças estratégicas em seu modelo de negócios. Agilidade
e adaptabilidade são fatores essenciais neste período de reinício.