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COMO A MODA PODE AJUDAR A COMBATER AS MUDANÇAS CLIMÁTICAS?

Nesse momento, em Glasgow, ativistas, empresários, cientistas e políticos discutem soluções para frear o aquecimento global. É uma nova oportunidade de construir um acordo global e enfrentar, de fato, a emergência climática já em curso. A ONU divulgou relatório que aponta que, entre as nações do G-20, o Brasil foi o país que mais regrediu em seus interesses de reduzir as emissões de gás carbônico. Alguns pesquisadores dizem que, às vezes, mudanças de grande magnitude, como as que precisam ocorrer agora, só acontecem com a troca geracional, mas não há tempo para isso. A COP26 é a chance para estabelecer as bases de uma nova economia.

Estudo realizado pelo Instituto FSB Pesquisa, avaliou que, de uma forma geral, 60% das médias e grandes empresas ainda não têm uma estratégia de sustentabilidade. Esse dado revela que existe um grande hiato entre intenção e ação. Alok Sharma, presidente da COP-26, destacou que o mundo vive uma "corrida contra o tempo" para conter os efeitos negativos das mudanças do clima, e que os países precisam fazer tanto quanto falam com relação ao aquecimento global.

A moda tem um papel de protagonismo na mitigação das mudanças climáticas. Espera-se que, por exemplo, o modelo fast fashion seja desacelerado e surjam alternativas produtivas para um novo modelo dentro de uma década. Outras ações necessárias são alcançar emissões líquidas zero até 2050; eliminar a geração de resíduos; readaptar as cadeias de abastecimento; priorizar o valor de uso dos produtos; e mudar os modelos de negócios com base no lucro e perdas, para uma economia de bem-estar e prosperidade para todos.

 

Como parte das ações da COP26, a estilista Stella McCartney apresentou a instalação “Future of Fashion”, na Kelvingrove Art Gallery and Museum, que fala sobre o futuro da moda e fornece algumas soluções de melhores modelos de negócio. Na mostra, a próxima geração de roupas sustentáveis inclui peças feitas com micélio da Mylo; algodão regenerativo da Söktaş; Nylon® regenerado Evrnu NuCycl e Econyl, que utilizam resíduos pós-consumo e plásticos oceânicos; e ainda, a primeira chuteira vegana, desenvolvida por Stella em parceria com Paul Pogba e a Adidas. A estilista espera que a instalação possa inspirar ações que impulsionem mais investimentos e incentivos que sejam positivos para a natureza.

Stella McCartney disse que “provavelmente somos a indústria mais fora de moda, e uma das mais atrasadas”, e considera que isso acontece devido à complexidade desta indústria. Ela também está encorajando as pessoas a acabar com o uso de produtos de origem animal, cuja criação é responsável por grandes áreas de desmatamento. Para a estilista, as soluções apresentadas podem realmente diminuir o impacto da produção de vestuário.

 

É hora de abandonar discursos vazios. As ações devem estar alinhadas com o objetivo central do debate da COP26, que é a descarbonização do planeta através da redução das emissões de gases de efeito estufa. O foco do evento, mais do que nunca, é a necessidade de medidas imediatas. Para os negócios da moda, isso significa mudar para promover uma economia transformativa e regenerativa. Significa trilhar um novo caminho para o varejo de moda no futuro.

O mundo está assistindo à Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática de 2021. Esta é uma oportunidade urgente para repensar, traçar estratégias, e agir, para o enfrentamento da crise climática e a devastação planetária em curso. Não dá para repetir velhas promessas como se fossem novas. Txai Suruí, ativista de 24 anos, única brasileira a falar na abertura da Cúpula do Clima, foi assertiva ao dizer que não tem que se falar em 2030 ou 2050, é preciso agir agora. A COP26 é a chance para estabelecer as bases de uma nova economia.

 

Imagens: Ron Lach e carboxaldehyde no Pexels

 

 


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